sexta-feira, 16 de abril de 2010

Encostada no INPS

Pois bem achei que a novela México/brasileiro havia acabado. Naneninanão....
Assim que meu médico me liberou pro trabalho, lá fui eu enfrentar o INPS pela enézima vez. Só de lembrar tenho taquicardia. Mas pensei que desta fez seria simples, afinal de contas estava solicitando o meu retorno ao trabalho e com isso voltaria a folha de pagamento, que resumidamente me tiraria da situação de encostada no INPS. Mas com esta previdência, nada é muito simples. Tenho pra mim o INPS como encosto e um encosto daqueles complicados. Mas a fé é maior e a gente encara confiante. Pode ser que eu esteja exagerando, afinal as filas que invadiam a madrugada, as vendas de lugar e algumas outras atrocidades ficaram pra trás. Mas o ranço da burocracia encruado neste serviço, volta e meia se faz presente como no dia em que tive que ficar por duas horas esperando pra trocar de endereço de correspondência, isso porque na época eu ainda estava em quimioterapia, então pude pegar a senha do atendimento prioritário. Sempre assim, a média da espera mesmo pra assuntos simples é de no mínimo uma hora, o máximo deve variar conforme a tolerância do cristão. Já sai de lá bufando após duas horas e quarenta minutos sem ser atendida (para um pedido de alta).  Tem também os guardas na entrada da agencia que fazem a triagem das pessoas e tentam organizar os mancos pra cá, os carecas pra lá e toda sorte de doentes que despencam atrás dos benefícios. Por várias vezes me deram informações erradas com as quais gastei muito tempo. Estes guardas são de uma delicadeza espantosa, só faltam rosnar, anotando em suas pranchetas nomes, abrindo bolsas e checando para que nenhuma arma entre na unidade. Com certeza eles sabem o quanto as pessoas ficam bravas e quão grande é o risco de agressão para todos os que trabalham ali. Pois bem, achei que finalmente estava livre disto. Dei entrada nos papeis na UNICAMP, RH, avaliação medica, novamente na ativa. Chegou o inicio do mês e ainda tinha o dindim referente ao último beneficio do encosto do INPS. Chequei o extrato da previdência, o beneficio estava disponível  a partir da data tal (semana passada), mas na real o que extrato bancário mostrava era a graninha que eu não havia sacado, nada do dinheiro este mês. Liguei no 135 da previdência, serviço que as vezes funciona de forma muito boa, outras vezes a gente fica ligando e nada de resolver. A atendente me informou que eles haviam me pagado a mais e por isso suspenderam o meu pagamento deste mês. Não fazia sentido, então perguntei de que forma me pagaram a mais se não entrou dinheiro e ela tornou a repetir a mesma resposta. Por fim entendi que o cálculo foi a mais por dois dias pois dei entrada na solicitação de alta no dia 29. Pra não me pagar a mais, o que seria um total desastre pros cofres públicos, o meu pagamento foi bloqueado. Nada de rever  ou refazer as contas pra  liberar o pagamento. Muito mais fácil não pagar e esperar que a tonta que decidiu voltar antes pro batente reclamar. Assim terei que  solicitar pessoalmente o desbloqueio na agência do INPS, passar pela triagem dos guardas, pegar fila da senha e aguardar boas horas sem nem imaginar quando dinheiro vai chegar. Que dureza, mais um dia perdido, tenho que lembrar de levar um livro, o Ipod e um lanchinho pra sobreviver a mais uma ida ao INPS. Mas desta vez  espero que meu Deus me livre em definitivo deste encosto.